De
maneira geral, pode-se colocar a integração como um processo onde diversos
estados nacionais decidem formar um grupo, com os mais diversos objetivos,
sendo um meio de alcançar maior desenvolvimento econômico. A integração sempre
existiu, mas na Europa, por exemplo, pode- se dizer que esta ganha força a
partir da segunda metade do século XX sendo feita baseada num regionalismo como
soslaio à superação das muitas dificuldades que vem com o pós- guerra,
buscando, ao invés de um nacionalismo exacerbado voltado apenas para o
desenvolvimento interno uma maior cooperação com relações competitivas dentro de
um mercado mundial.
Ainda
no ponto de vista europeu, tais integrações começaram como alianças, anteriores
a primeira guerra mundial para o caso de aumentar o poder e fortalecer as
defesas na hipótese de um conflito eminente, mas não necessariamente para o
desenvolvimento econômico. Ao final da primeira guerra, com todos exaustos e os
''vencedores'' até piores que quando entraram, como a Inglaterra por exemplo,
surgiram espasmos do chamado Paneurepeísmo, meio de integração que autores
acreditaram ser este o meio apropriado para evitar a penetração dos soviéticos
e o domínio econômico dos norte-americanos, entretanto, com todo o revanchismo
alemão/italiano, a denúncia unilateral ao Tratado de Versalhes e a ascensão de
modelos ultranacionalistas em diversos países criaram um ambiente de
hostilidade que posteriormente desencadearia a segunda guerra mundial.
Quando os países desejam formar um
espaço de integração econômica, existe a possibilidade de optar por dois
processos. O primeiro é denominado como modelo formal, que é definido por meio de
acordos escritos vastos e complexos. Já o segundo processo de integração é
denominado como modelo informal, que se limita a grande cooperação comercial
entre os estados.
O modelo de Integração econômica
informal assume um papel de Sistema preferencial aduaneiro onde os países que o
forma limitam-se a dar reciprocamente algumas vantagens aduaneiras, como por
exemplo, baixar a taxas aduaneiras de determinados produtos que circulam nos
espaços econômicos participantes do processo. Trazendo um exemplo de integração
informal temos o comércio entre Portugal e Espanha antes da adesão à Comunidade
Econômica Europeia, em 1986. Mesmo havendo alguns acordos formais de
integração, Portugal e Espanha já estabeleciam antes disso uma integração
informal entre si, dado o peso que representavam no total do seu comércio as
trocas comerciais que se estabeleciam entre esses dois países. Situação muito
parecida aconteceu com Portugal e a Espanha quando falamos da Comunidade
Econômica Europeia (CEE). Muito antes da entrada dos dois países para a CEE, as
barganhas comerciais ocorridas, bem como os fluxos de investimento entre as
duas nações, representavam uma importância muito significativa no total das
trocas realizadas, ou seja, as suas economias estavam já integradas, mesmo de
maneira informal. Lógico que, montar acordos informais visando o melhor para
ambos os países é muito positivo, porém nem sempre esses acordos saem como o
planejado, ou seja, a partir do momento em que um determinado acordo não é
fixado de maneira formal é muito mais fácil ser quebrado, e ainda por vezes ser
desigual. No caso de Portugal e Espanha a entrada dos dois países no CEE serviu
ainda mais para fortalecer a relação comercial entre eles. Saindo da Europa e
partindo para a Ásia, trazemos um exemplo atual de integração informal. Temos
como noticia que recentemente foi aumentado o reforço da cooperação econômica
existente entre a China e o Japão. Sabemos que as relações entre as duas nações
não têm sido relativamente cordiais desde as invasões e crimes de guerra do
Japão na China, entre 1894 e 1945. Porém, visando perspectivas de crescimento
de seu continente os líderes dos países vêm recentemente procurando consertar
os laços através do diálogo.
Já a Integração Econômica
formal divide-se em diferentes formas são elas: A Zona de Comércio Livre, que
consiste em um acordo entre as nações que aceitam eliminar todos os direitos
aduaneiros e limitações quantitativas no amplo comércio de produtos e, concede
a cada país autonomia para definir suas pautas e limitações quantitativas
referentes aos integrantes ou não. Também temos o Mercado Comum, que consiste
em fortalecer a livre circulação das mercadorias, dos serviços, das pessoas e
dos capitais. Outrossim temos a União Aduaneira que auxilia na supressão de barreiras
alfandegárias, dando liberdade de circulação das mercadorias. Já a União
Econômica visa o crescimento dos países membros devido a política monetária,
agrícola e social. Como forma de complementaridade da integração anterior temos
a União Econômica e Monetária que acrescenta uma moeda comum aos países
membros. E por fim, temos a Integração Econômica ou União Política que acontece
quando os países integralizados ultrapassam as fases anteriores e pressupõem a
união das políticas monetárias, fiscais e sociais, exigindo o estabelecimento
de uma autoridade supranacional, cujas decisões sejam obrigatórias para os
Estados membros.
Vimos acima processos de integração informais e formais utilizados em diversos acordos entre países do mundo todo. Logicamente esses acordos geram diversas vantagens, como exemplo, temos o crescimento econômico dos países participantes, eficiência dos recursos de cada país, economia de escalas, entre outros. Porém, não é possível agradar a todos não é mesmo? É difícil chegar a um denominador comum. Reflexo disso é a insatisfação de alguns países participantes de alguns blocos. Voltando os olhos para a União Europeia, conseguimos enxergar recentemente um problema com uma das caras dessa integração. Recentemente vimos a poderosa Inglaterra saindo da UE, possuindo como um de seus principais motivos de saída que o Reino Unido mais contribui com a União Europeia do que recebe recursos, isso porque os fundos pagos por estes para o orçamento europeu contribuem para financiar programas e projetos em todos os países do bloco. Além disso, a insatisfação com o grande aumento da imigração os levou a acreditar que o Reino Unido não poderia dar conta do possível número de pessoas a entrar no país enquanto continuasse no bloco. Vejamos só o quanto essa saída da Inglaterra e posteriormente a saída do Reino Unido da UE irá afetar ao longo do tempo em termos de pessoal: meio bilhão de moradores e ainda irá afetar alguns europeus que lá vivem, tendo em vista que após a separação, o passaporte da União Europeia não é mais válido em países como a Inglaterra e um visto passa requerido por parte das autoridades, o que pode comprometer milhões de empregos e moradias.
Quem acompanhou as eleições da França soube, a candidata á Presidência Marine Le Pen afirmou que se fosse eleita para o cargo no executivo a União Europeia “morreria”. Juntamente a isso, a candidata da extrema-direita afirmou que haveria o fim da "globalização selvagem" e o "desmascaramento do multiculturalismo". Para as pessoas que são contra a essas medidas, houve um alívio devido o fato de Le Pen ter perdido as eleições, mas se por um acaso ela viesse a ganhá-las o país possivelmente seguiria os mesmos trilhos do incerto caminho que guiaram os britânicos, pois ainda é preciso avaliar quais são os prós e os contras e qual é vai ser o tamanho do impacto real sentido a longo prazo tanto para os próprios países que saíram do bloco, quanto para os países que continuam na UE.
De uma coisa temos certeza, a economia do Reino Unido é gigantesca e vários países da Europa são dependentes dela. Além do mais a vida dos estrangeiros que vivem nessa região pode ficar bem complicada. Para os países dos outros blocos econômicos a UE pode ficar menos atrativa com a saída da Inglaterra. Para os britânicos saírem foi, apesar de todos os avisos contrários, uma forma de preservar a sua economia, ou seja, pondo os interesses próprios em primeiro lugar, acima de uma maior reestruturação dos demais países em maior escala.


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ResponderExcluirA cada nova postagem me torno mais fã desse blog. Beijos
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