segunda-feira, 12 de junho de 2017

A globalização é entendida como a integração econômica, social, cultural e política das relações socioespaciais em escala mundial, sendo um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no mundo. É preciso estudar e compreender tal conceito para assim perceber, analisar e agir conforme seus impactos sobre o mundo. Visto tal necessidade, surgiram encontros internacionais que buscam debater e estabelecer propostas e diretrizes acerca de tal situação.

No ano de 1971, surgiu o Fórum Econômico Mundial, criado por Klaus M. Schwab, então Professor de política empresarial na Universidade de Genebra. Trata-se de uma organização localizada em Genebra, na Suíça, responsável pela organização de encontros anuais com a participação e colaboração das maiores e principais empresas do mundo. Os encontros são realizados, em sua maioria, na cidade suíça de Davos e, em razão disso, também são conhecidos como Fórum de Davos, reunindo os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo saúde e meio-ambiente.

Segundo os próprios organizadores, o principal objetivo do Fórum Econômico Mundial é “melhorar a situação do mundo”, através de ações tomadas e executadas por líderes mundiais, grandes economistas, investidores e empresários. Os membros componentes do FEM priorizam a irreversibilidade da globalização, de forma que é preciso estudar e compreender os seus impactos sobre o mundo, de forma a minimizar os efeitos negativos e potencializar os seus pontos positivos.

O Fórum de Davos já foi diversas vezes utilizado como plataforma neutra para estabelecimento de relações diplomáticas e realização de pactos e acordos. A "Declaração de Davos" foi assinada em 1988 pela Grécia e Turquia que estavam prestes a entrar em guerra. Em 1992, o Presidente Sul-Africano, Frederik Willem de Klerk se reuniu com Nelson Mandela e o Chefe Mangosuthu Buthelezi durante a Reunião Anual, para sua primeira aparição conjunta fora da África do Sul. Durante a Reunião Anual de 1994, o Ministro de relações exteriores Israelense, Shimon Peres e o Líder da OLP, Yasser Arafat chegaram a um acordo sobre Gaza e Jericó. Em 2008, Bill Gates foi o orador principal em uma palestra sobre o “Capitalismo Criativo”, a forma de capitalismo que funciona tanto para gerar lucro, como para resolver injustiças no mundo, usando as forças do mercado para suprir melhor as necessidades dos pobres.

No final dos anos 1990, o fórum sofreu fortes críticas de ativistas antiglobalização que alegam que o capitalismo e a globalização estão aumentando a pobreza e destruindo o meio-ambiente. A Reunião Anual foi descrita como uma "mistura de pompa e banalidade" e criticada por se afastar de assuntos econômicos sérios e obter poucos resultados, particularmente com o envolvimento de ONGs que tem pouca experiência, ou nenhuma experiência, com assuntos econômicos. Ao invés de uma discussão sobre a economia mundial com especialistas reconhecidos nos negócios principais e representantes políticos, a reunião em Davos agora foca causas políticas em destaque na mídia. Como consequência dessas críticas, a reunião foi alvo de diversos protestos, que vêm aumentando significativamente desde o final do século XX e início do século XXI, promovidos majoritariamente por ativistas e militantes de movimentos sociais de esquerda e antiglobalização.

Analogamente ao Fórum de Davos, surgiu em 2001, o Fórum Social Mundial, que é um encontro anual internacional que é articulado por ONGs e movimentos sociais de muitos continentes, com o objetivo de elaborar alternativas para uma transformação social global, discutir e lutar contra o neoliberalismo, o imperialismo e, sobretudo, contra desigualdades sociais provocadas pela Globalização. É caracterizado por ser não governamental e apartidário, apesar de alguns partidos e correntes partidárias participarem ativamente dos debates e discussões. Em sua carta de princípios, os membros ressaltaram a certeza de que “um outro mundo é possível”, o que representa a crença na reversibilidade do processo de Globalização. Salientou-se também o caráter mundial dos encontros, a contraposição dos debates ao atual modelo econômico capitalista, bem como os princípios e regimentos dos encontros.

É importante mencionar que o Fórum não se opõe ao movimento globalizador, mas propõe uma globalização tecida por interesses e responsabilidades mútuas, na qual todos têm seus interesses preservados e são interdependentes, algo como uma imensa teia de obrigações recíprocas e de direitos igualmente respeitados, principalmente os da própria Natureza. É assim que seus integrantes e o criador deste evento, o empresário israelense naturalizado brasileiro, Oded Grajew, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, imaginam o Fórum, como um meio essencial para promover a mudança do Globo. Daí seu slogan: Um outro mundo é possível.

Os dois primeiros foram realizados em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A partir de então decidiu-se que seria itinerante (Itinerante é um termo com origem no latim cujo significado está relacionado com o ato de se deslocar constantemente, de percorrer itinerários) devendo ser sediado em várias cidades diferentes a cada ano. Em 2006 foi policêntrico (Caracas, Karacki e Bamako) e em 2008 foi descentralizado. Em 2007 foi na África, durante os dias 20 e 25 de janeiro em Nairóbi (Quênia) e em 2009, aconteceu em Belém do Pará.

O Fórum Social Mundial se tornou o principal meio de combate ao Neoliberalismo e está em busca de um processo globalizante “saudável” a todas as nações. Porém, o processo de globalização e todos os ideais pelo qual esse fórum visa combater, tem uma capacidade de se reinventar rapidamente, da forma que assumidamente o Neoliberalismo tem se demonstrado como uma ideologia falha, inclusive por pessoas de importância para o seu espraiamento ao redor do mundo como recentemente Christine Lagarde, que comanda o FMI, afirmou. Por outro lado, o Fórum Social Mundial se encontra numa etapa difícil de acompanhar essa renovação para enfrentar o processo, propor soluções e diretrizes em seus encontros, por meio de ações coletivas. Pois, até então, quase que se resume a debates sobre as temáticas, sem uma ação da sociedade civil e se tornando uma incubadora de iniciativas que dali saiam de forma encaminhada para efetivamente mudar a sociedade, em busca dos Mundo pelo qual o Fórum se propõe.

REFERÊNCIAS

http://www.revistaforum.com.br/digital/144/forum-social-mundial-o-outro-mundo-ainda-e-possivel/

http://diplomatique.org.br/a-atualidade-do-forum-social-mundial/




domingo, 4 de junho de 2017

O Outro Lado da Moeda

Em cada continente, houve um processo de desenvolvimento diferente. Tal premissa é 100% verdadeira quando se volta ao passado e percebe-se que o processo histórico foi muito mais a favor de uns, e lamentavelmente em sentido contrario a outros, o que trouxe consequências que podem ser enxergadas de maneira fácil em âmbitos sociais e econômicos até os dias atuais. Entretanto, apesar da disparidade existente entre as regiões geográficas, pode-se notar uma evolução no aspecto de integração entre países de uma mesma plataforma continental, questão muito recorrente a partir de meados do século XX. Como medida de aprendizado, é interessante verificar o curso do crescimento socioeconômico e unificador de lugares com níveis de desenvolvimento completamente extremos, e o melhor exemplo para retratar essa situação são os continentes europeus e africanos.

A Europa sempre possuiu a imagem de um continente bem desenvolvido, sendo considerado o berço da cultura ocidental na qual sempre apresentou um papel de destaque no cenário mundial. Embora seja referencia para muitos assuntos, essa sempre esteve envolvida em conflitos entre seus países membros, havendo assim relatos de diversas guerras devastadoras, sendo a ultima delas a Segunda Guerra Mundial responsável pela morte de mais de 50 milhões de pessoas. Posteriormente a pior conflagração já vista, o continente encontrava-se completamente destruído.

Após o término da Segunda Grande Guerra, os países europeus se viram frente a uma situação que deixou a Europa politica e economicamente devastada. Diante desse cenário, políticas para a integralização do fragilizado continente tiveram que ser tomadas. Uma maneira de se iniciar uma até então possível reconstrução foi à assinatura do Tratado de Roma o qual tinha como objetivos a construção de um mercado comum, a adoção de políticas comuns, a instituição de um Banco Europeu de Investimento, progresso e melhores condições de vida, dentre outros. Outro tratado importante para a continuidade da integralização europeia foi o Ato Único Europeu, que permitiu o surgimento do mercado único interior o qual significa a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capital, somado a isso houve a questão da ampliação dos limites de integração, aumentando assim o número de países membros da Comunidade Europeia. O Tratado de Maastricht assinado em 1992 foi responsável pela criação da União Europeia, e pela adoção de mais uma medida integralizadora, que foi a criação de uma moeda única para o continente, o euro. A constituição Europeia, também conhecida como Segundo Tratado de Roma de 2004 foi criada basicamente com o objetivo de estabelecer uma constituição para a União Europeia para buscar formação de uma Ordem Jurídica Comunitária que se sobreponha às ordens jurídicas nacionais, já que o direito público e privado europeu ainda vigente deriva de três correntes jurídicas as quais são legadas pelo Direito Germânico, Romano-Canônico e Bizantino-Eslavo impedindo o processo de integralização por conta de tamanha diversidade.

Diferentemente do processo histórico europeu, a África possui uma trajetória marcada por forte exploração e colonização, por conta disso é um continente com características socioeconômicas completamente distintas da Europa. Por esse motivo deve-se procurar entender as etapas de integralização africana ocorridas a partir do século XX para poder entender como um continente tão abusado conseguiu aos poucos se integralizar mesmo com muitas dificuldades.

Como dito anteriormente, o continente Africano sofreu com intensa exploração. Isso se deve, pois, na segunda revolução industrial muitos países europeus necessitavam de mercado, e como as colônias americanas conseguiram sua independência, as nações europeias encontraram uma solução para seu ‘’problema’’ voltando a impor seu sistema neocolonial. Por conseguinte África e Ásia são as principais vítimas.

O ápice do imperialismo africano aconteceu quando foi acordado na Conferencia de Berlim que o continente seria dividido entre 16 nações, formando assim 50 estados dentro dessa. O ponto chave para essa questão foram às divisões não serem respeitadas de acordo com as divisões étnicas tradicionais que existiam, o que gerou impactos negativos os quais se perduram até os dias atuais.
Todavia, começou-se a surgir um processo de descolonização. Isso porque, a população estava cansada de viver em uma situação com péssima qualidade de vida, por conta disso aproveitou-se o enfraquecimento do continente europeu por conta das duas guerras mundiais que enfrentaram e começou-se a nascerem movimentos por independência em todas as partes do continente, causando conflitos em diversos territórios. Com o aumento cada vez maior desses processos, durante a década de 1960 muitos países europeus concederam de maneira pacífica a independência  a diversas colônias.

No meio ao encadeamento da independência dos países africanos, a ideologia do Pan- Africanismo chegou de maneira contundente ao continente tempo depois de ter sido criada por seleto grupo de africanos com formação no ensino superior nas metrópoles europeias e Estados Unidos no final do século XIX, na qual objetivou que os próprios negros se entendessem como um povo. Tal doutrina esteve muito entrelaçada ao sentimento nacionalista, pois serviu como base na luta pela independência do continente, além de propor o reagrupamento de etnias, a defesa dos direitos, a valorização de cultos aos ancestrais e a ampliação do uso de línguas e dialetos africanos.
Ao avançar do tempo, foram sendo criados temas para que o continente estivesse cada vez mais integralizado. O próximo passo importante foi à fundação em 1958 da Comissão Econômica das Nações Unidas da África, sob direção da ONU. Ela apoiava o desenvolvimento socioeconômico africano. Incentiva a integração regional e promove a cooperação internacional para o desenvolvimento africano.

Em 1963 o imperador etíope Addis Ababa criou a Organização da Unidade Africana, importante medida de tentativa de união entre as nações da África. A constituição do órgão foi assinada por 32 países africanos independentes. Basicamente objetivava a busca por promover a unidade e solidariedade entre os estados africanos, coordenação e intensificação quanto à cooperação entre os estados africanos, em busca de poder conceber uma qualidade de vida muito melhor para os povos de África, realizar a defesa da soberania, integrar o território e independência dos estados africanos, eliminar todas as formas de colonialismo da África, dentre outros. Apesar de bem intencionado, a OUA não conseguiu ser eficiente em seus objetivos, soma-se o fato do não contimento dos conflitos que atingiam o continente.

A União Africana é a atual organização internacional existente. Fundada em 2002, substituiu a OUA. É baseado no modelo da União Europeia. Tem atuado na mediação e prevenção de conflitos, defende a democracia no continente, promove o desenvolvimento econômico e rejeita mudanças inconstitucionais de governos. O organismo defende a eliminação do colonialismo e a soberania dos Estados africanos. No âmbito econômico promove a integração regional como forma de desenvolvimento econômico, objetivando completa rede econômica de todos os países. A UA procura sempre usar as línguas existentes do continente em trabalhos divulgados como forma de incentivo cultural. Atualmente 54 países fazem parte da organização.

Apesar de ambos os continentes possuírem seu processo de integração, como dito anteriormente cada um esta em um extremo desenvolvimentista. Europa, continente que começa a se integralizar por questões de conflito interno para ver qual seria a nação mais poderosa com o tempo se firma no cenário socioeconômico, e África, continente vizinho que sempre sofreu por conta do processo exploratório e colonizador, busca amenizar sequelas, já que a maioria será difícil de ser revertida, através da integração entre as nações. Portanto, é sempre bom refletir, existiria uma política mais eficiente para uma integralização humanitária e econômica?

segunda-feira, 15 de maio de 2017

O Comércio e seu Desenvolvimento (De)crescente no Mundo

A evolução do comércio internacional se torna cada vez mais importante para a economia, porém esse crescimento econômico não gera necessariamente desenvolvimento social para todos. Para entender melhor entendimento do assunto, é necessário um conhecimento do processo histórico do comércio internacional, como o surgimento de instituições econômicas internacionais, conferências, acordos e fatores que influenciaram estes acontecimentos.




Primeiramente é possível destacar os efeitos do pós-guerra e da grande depressão devido à crise de 29, nesse período houve a consolidação do protecionismo como forma de combater crises econômicas e desemprego, e isso demonstrou a necessidade de criação de normas e medidas para reorganizar o sistema econômico internacional. Os primeiros acordos intergovernamentais nesse período ocorreram na década de 30 e eram bem simples, voltados para produtos básicos, como trigo e borracha.

Em 1941, EUA e Inglaterra assinaram a carta do atlântico que prefigurava a necessidade de um sistema de segurança permanente entre as nações.

o Acordo de Bretton Woods foi feito em uma conferencia em 1944 na cidade norte-americana New Hampshire, com 45 países aliados, que teve como principal objetivo definir os parâmetros que iriam reger a economia a partir da segunda guerra mundial. Esse acordo transferiu grande parte do controle da economia mundial para os Estados Unidos, o uso do dólar como fator de referencia para as outras moedas dos 44 países presentes no acordo e a criação de duas instituições financeiras, o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento que posteriormente se tornaria o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, o FMI.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1947, visando aumentar a liberdade das relações econômicas e dar fim às praticas protecionistas, 23 países iniciaram negociações tarifárias na Rodada Genebra. Essa primeira rodada de negociações resultou em 45.000 concessões e o conjunto de normas e concessões tarifárias estabelecidas passou a ser denominado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT. Esse Fórum durou até Novembro de 1947 e culminou na assinatura da Carta de Havana, na qual constava a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) que além de estabelecer disciplinas para o comercio de bens, apresentava normas para empregos, praticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e serviços. 

No começo dos anos 1960, houve uma preocupação a respeito do lugar que os países em desenvolvimento ocupariam no comercio internacional, e esses países pediram a convocação de uma reunião para discutir esse tema. Surge a primeira fase da UNCTAD (United Nations Conference on Trade and Development) que durou de 1960 até 1970 e se oficializou como um fórum de dialogo sobre os países em desenvolvimento, além da Nova Ordem Econômica Internacional. Alguns acordos foram firmados nessa primeira parte, entre eles acordos quem visavam estabilizar os preços dos produtos de exportação cruciais para os países em desenvolvimento e o Código de Conduta das Conferências Marítimas, que reforçou a capacidade dos países em desenvolvimento a manter frotas mercantes nacionais. Além disso, a UNCTAD contribuiu para definir os países menos desenvolvidos e a criação da meta de 0,7% do PIB para o desenvolvimento dos países mais pobres. Já na segunda fase na década de 80, as estratégias de desenvolvimento se voltaram mais para o mercado, com foco na liberalização e privatização de estatais, uma grande quantidade de países mergulhou em crises de divida e mesmo com ajuda do Banco Mundial e do FMI a maioria dos países afetados não obtiveram recuperação rápida, esse período ficou conhecido como a década perdida, principalmente na América Latina. Devido a essas diversas crises algumas medidas de intervenção foram tomadas, como assistência técnica para o desenvolvimento, facilitação aduaneira e transporte modal aumentaram a eficiência e permitiram que as economias colhessem mais frutos do comercio e o fortalecimento do debate intergovernamental na gestão macroeconômica e financeira.

Durante a Rodada Uruguai ocorrida no período de 1986 até 1994, se encaminharam e se estabeleceram as diretrizes que definiram a criação da OMC, de forma que essa Organização Mundial do Comércio não significasse o fim do GATT, mas sim, uma conclusão dos trabalhos que se iniciaram em 1947. Nessa rodada, se estabeleceu um pacote de acordos multilaterais em doze textos, a se destacar a discussão sobre os subsídios agrícolas, prática muito comum para viabilizar uma competividade frente aos produtos agrícolas concorrentes. Importante ressaltar que essa prática regulamentada é bastante comum, vide exemplo nos EUA onde há um subsídio essencial para torná-los competitivos no mercado mundial.

Já na Rodada do Milênio ocorrida em Seattle, tendo esse nome por acontecer no ano de 1999 objetivando acordos futuros, o que não se concretizou, pois houve um grande número de polêmicas. Dentre elas, o fato de que os EUA e a União Europeia se reuniram a parte, gerando insatisfação popular e de outros países membros. Como se não fosse problemática o suficiente a agenda não definiu nenhuma questão que pretendia, dentre elas, dos alimentos geneticamente modificados, hormônios e revisão sobre a propriedade intelectual.

Todos esses processos e decisões agem, sobretudo, a favor do grande empresariado, de forma a aumentar suas influências e alcances nos mercados. Onde os países pequenos tendem a ceder mais do que os países mais influentes, afirmando a relação de queda de braço estabelecida. Nos últimos anos, tem-se visto a batalha dos países ricos com os países periféricos sobre o subsídio a produção agrícola que prejudica diversas nações, uma vez que suas taxas de importação são reduzidas como uma condição imposta pelo FMI. Dessa forma, o produto do mercado externo age de forma a canibalizar e exterminar a produção doméstica em muitos países periféricos. Esse processo de favorecimentos aos países mais ricos vem de longa data, mas recentemente tem sido menos velado e a cada dia os países ricos sob o comando das organizações submetem a periferia a condições mais perversas.

Pode-se concluir que as intenções dos primeiros tratados econômicos era de equilibrar a economia mundial, socorrer os países em situação mais crítica e estabilizar aqueles que já obtinham poderia financeiro, mas passavam por momentos de crise, isso geraria uma serie de mudanças nas estruturas de poder e riqueza nacionais e mundiais, porém como foi destacado no texto, desde o surgimentos das instituições e acordos, os países já consolidados sempre eram protagonistas nos acordos, principalmente os Estados Unidos que desde a crise de 29 apenas ampliou seu imperialismo sobre o resto do mundo, com justificativas em tese de buscar a paz mundial, mas sempre tentando ampliar seu domínio, o exemplo mais recente e pratico que temos disso é a invasão americana ao Iraque, que rendeu bilhões em exploração de petróleo aos cofres americanos. Logo os países mais desfavorecidos se mantem em situação precária e os mais desenvolvidos apenas ampliam seu poder sobre os outros, e isso se reflete nas estruturas sociais, prejudicando principalmente as mulheres, segundo a logica e interpretação feminista o crescente aumento no numero de PPP (Private – Public Partnerships) é um dos responsáveis pelo mantimento ou aumento das estruturas de desigualdades, principalmente a de gênero, pois estes serviços facilitam aspectos do trabalho social reprodutivo.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Integração Econômica em foco


De maneira geral, pode-se colocar a integração como um processo onde diversos estados nacionais decidem formar um grupo, com os mais diversos objetivos, sendo um meio de alcançar maior desenvolvimento econômico. A integração sempre existiu, mas na Europa, por exemplo, pode- se dizer que esta ganha força a partir da segunda metade do século XX sendo feita baseada num regionalismo como soslaio à superação das muitas dificuldades que vem com o pós- guerra, buscando, ao invés de um nacionalismo exacerbado voltado apenas para o desenvolvimento interno uma maior cooperação com relações competitivas dentro de um mercado mundial.
Ainda no ponto de vista europeu, tais integrações começaram como alianças, anteriores a primeira guerra mundial para o caso de aumentar o poder e fortalecer as defesas na hipótese de um conflito eminente, mas não necessariamente para o desenvolvimento econômico. Ao final da primeira guerra, com todos exaustos e os ''vencedores'' até piores que quando entraram, como a Inglaterra por exemplo, surgiram espasmos do chamado Paneurepeísmo, meio de integração que autores acreditaram ser este o meio apropriado para evitar a penetração dos soviéticos e o domínio econômico dos norte-americanos, entretanto, com todo o revanchismo alemão/italiano, a denúncia unilateral ao Tratado de Versalhes e a ascensão de modelos ultranacionalistas em diversos países criaram um ambiente de hostilidade que posteriormente desencadearia a segunda guerra mundial.
Quando os países desejam formar um espaço de integração econômica, existe a possibilidade de optar por dois processos. O primeiro é denominado como modelo formal, que é definido por meio de acordos escritos vastos e complexos. Já o segundo processo de integração é denominado como modelo informal, que se limita a grande cooperação comercial entre os estados.

O modelo de Integração econômica informal assume um papel de Sistema preferencial aduaneiro onde os países que o forma limitam-se a dar reciprocamente algumas vantagens aduaneiras, como por exemplo, baixar a taxas aduaneiras de determinados produtos que circulam nos espaços econômicos participantes do processo. Trazendo um exemplo de integração informal temos o comércio entre Portugal e Espanha antes da adesão à Comunidade Econômica Europeia, em 1986. Mesmo havendo alguns acordos formais de integração, Portugal e Espanha já estabeleciam antes disso uma integração informal entre si, dado o peso que representavam no total do seu comércio as trocas comerciais que se estabeleciam entre esses dois países. Situação muito parecida aconteceu com Portugal e a Espanha quando falamos da Comunidade Econômica Europeia (CEE). Muito antes da entrada dos dois países para a CEE, as barganhas comerciais ocorridas, bem como os fluxos de investimento entre as duas nações, representavam uma importância muito significativa no total das trocas realizadas, ou seja, as suas economias estavam já integradas, mesmo de maneira informal. Lógico que, montar acordos informais visando o melhor para ambos os países é muito positivo, porém nem sempre esses acordos saem como o planejado, ou seja, a partir do momento em que um determinado acordo não é fixado de maneira formal é muito mais fácil ser quebrado, e ainda por vezes ser desigual. No caso de Portugal e Espanha a entrada dos dois países no CEE serviu ainda mais para fortalecer a relação comercial entre eles. Saindo da Europa e partindo para a Ásia, trazemos um exemplo atual de integração informal. Temos como noticia que recentemente foi aumentado o reforço da cooperação econômica existente entre a China e o Japão. Sabemos que as relações entre as duas nações não têm sido relativamente cordiais desde as invasões e crimes de guerra do Japão na China, entre 1894 e 1945. Porém, visando perspectivas de crescimento de seu continente os líderes dos países vêm recentemente procurando consertar os laços através do diálogo.

Já a Integração Econômica formal divide-se em diferentes formas são elas: A Zona de Comércio Livre, que consiste em um acordo entre as nações que aceitam eliminar todos os direitos aduaneiros e limitações quantitativas no amplo comércio de produtos e, concede a cada país autonomia para definir suas pautas e limitações quantitativas referentes aos integrantes ou não. Também temos o Mercado Comum, que consiste em fortalecer a livre circulação das mercadorias, dos serviços, das pessoas e dos capitais. Outrossim temos a União Aduaneira que auxilia na supressão de barreiras alfandegárias, dando liberdade de circulação das mercadorias. Já a União Econômica visa o crescimento dos países membros devido a política monetária, agrícola e social. Como forma de complementaridade da integração anterior temos a União Econômica e Monetária que acrescenta uma moeda comum aos países membros. E por fim, temos a Integração Econômica ou União Política que acontece quando os países integralizados ultrapassam as fases anteriores e pressupõem a união das políticas monetárias, fiscais e sociais, exigindo o estabelecimento de uma autoridade supranacional, cujas decisões sejam obrigatórias para os Estados membros.



Vimos acima processos de integração informais e formais utilizados em diversos acordos entre países do mundo todo. Logicamente esses acordos geram diversas vantagens, como exemplo, temos o crescimento econômico dos países participantes, eficiência dos recursos de cada país, economia de escalas, entre outros. Porém, não é possível agradar a todos não é mesmo? É difícil chegar a um denominador comum. Reflexo disso é a insatisfação de alguns países participantes de alguns blocos. Voltando os olhos para a União Europeia, conseguimos enxergar recentemente um problema com uma das caras dessa integração. Recentemente vimos a poderosa Inglaterra saindo da UE, possuindo como um de seus principais motivos de saída que o Reino Unido mais contribui com a União Europeia do que recebe recursos, isso porque os fundos pagos por estes para o orçamento europeu contribuem para financiar programas e projetos em todos os países do bloco. Além disso, a insatisfação com o grande aumento da imigração os levou a acreditar que o Reino Unido não poderia dar conta do possível número de pessoas a entrar no país enquanto continuasse no bloco. Vejamos só o quanto essa saída da Inglaterra e posteriormente a saída do Reino Unido da UE irá afetar ao longo do tempo em termos de pessoal: meio bilhão de moradores e ainda irá afetar alguns europeus que lá vivem, tendo em vista que após a separação, o passaporte da União Europeia não é mais válido em países como a Inglaterra e um visto passa requerido por parte das autoridades, o que pode comprometer milhões de empregos e moradias.
Quem acompanhou as eleições da França soube, a candidata á Presidência Marine Le Pen afirmou que se fosse eleita para o cargo no executivo a União Europeia “morreria”. Juntamente a isso, a candidata da extrema-direita afirmou que haveria o fim da "globalização selvagem" e o "desmascaramento do multiculturalismo". Para as pessoas que são contra a essas medidas, houve um alívio devido o fato de Le Pen ter perdido as eleições, mas se por um acaso ela viesse a ganhá-las o país possivelmente seguiria os mesmos trilhos do incerto caminho que guiaram os britânicos, pois ainda é preciso avaliar quais são os prós e os contras e qual é vai ser o tamanho do impacto real sentido a longo prazo tanto para os próprios países que saíram do bloco, quanto para os países que continuam na UE.
De uma coisa temos certeza, a economia do Reino Unido é gigantesca e vários países da Europa são dependentes dela. Além do mais a vida dos estrangeiros que vivem nessa região pode ficar bem complicada. Para os países dos outros blocos econômicos a UE pode ficar menos atrativa com a saída da Inglaterra. Para os britânicos saírem foi, apesar de todos os avisos contrários, uma forma de preservar a sua economia, ou seja,  pondo os interesses próprios em primeiro lugar, acima de uma maior reestruturação dos demais países em maior escala.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

O X da Gestão aborda: ONU e suas Instituições

Em meados do século XX, enquanto as principais potências se encontravam em guerra, os EUA se fortaleciam provendo suporte bélico e financeiro, aumentando sua influência e riqueza ao mesmo tempo que os países, da Europa principalmente, se viam aos destroços. Surge então uma iniciativa dos Aliados de criar uma organização supranacional que buscava manter a paz mundial, quase que inexistente e que naquele momento atingia o ponto mais baixo com a Segunda Guerra Mundial. Surge então a Organização das Nações Unidas.

Ao final da Guerra, os EUA se encontravam numa situação muito superior, principalmente na questão político-financeira, e isso se deve ao seu não envolvimento direto durante maior parte do conflito e seu distanciamento geográfico dos campos de batalha. Dessa forma, possuíram condições para determinar o caminho das estruturas que vieram a auxiliar as nações europeias, sendo criada através da ONU instrumentos como O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), possuindo como principal catalizador os EUA, com condições financeiras de reerguer as economias.
De início, os EUA focaram em reconstruir a Europa, com a criação do conhecido Plano Marshall, que visava expandir suas influências e conter a ideologia contrária. Porém, após uma década, o objetivo dessas estruturas se tornou desenvolver as nações periféricas, que na época se encontravam com limitações. O Banco Mundial passou a dar o aporte financeiro a essas nações.

Com o passar do tempo, as nações se tornaram dependentes dos recursos, de maneira que essas organizações internacionais tinham para si a influencia no modo como seria feito o uso destes e passaram a impor condições aos países, submetendo-os a determinadas políticas e, de certa forma, exercendo um controle sobre os próprios. Esse é o caso das condicionalidades impostas pelo FMI.
Se por um lado a ONU é uma organização em que se compõe de inúmeras nações ao redor do globo, ainda assim existe uma concentração de forças em seu interior. As principais potências participam da criação das políticas fiscais, onde essas nações mais fortes/estáveis politicamente buscam a manutenção da ordem internacional a favor delas próprias.

Devido às políticas chamadas de condicionalidades terem características generalizantes, elas não são muito efetivas, já que a realidade dos países periféricos em muito se diferem mas as políticas de austeridade que o FMI exige são iguais a todos, sempre de viés neoliberal buscando a retirada de direitos com pouca intervenção do governo no mercado de trabalho e a livre circulação de capitais internacionais, relacionando-se com a globalização.

O Brasil, que participa da ONU desde 1947, tem com esta uma relação de cooperação, tendo contribuído com 47 operações de manutenção de paz, cedendo um total de mais de 24 mil homens e sendo atualmente o maior voluntário para a estabilização no Haiti. Mesmo não tendo lugar permanente no Conselho de Segurança, o Brasil na sede das ONU, em Nova York, a Missão Permanente junto às Nações Unidas, sendo responsável pela participação em todos os eventos que interessem ao país.

Já com relação ao FMI, fundo que conta com os investimentos dos países membros, apenas 5 países desenvolvidos detêm 39% dos votos, com os Estados Unidos portando poder de veto sobre qualquer decisão. O Brasil, que foi um dos membros fundadores do FMI, detém apenas 1,40% dos votos, menos do que países visceralmente ínfimos como a Bélgica que conta com 1,43%.

 A dívida externa brasileira que representa 51,2% do PIB (que não é somente junto ao FMI como também ao Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento), existe desde os tempos de colônia, mas se acresceu expressivamente após tentativas desenvolvimentistas, principalmente a da ditadura militar durante o ''milagre econômico'', sendo esta a única maneira de uma expansão monetária não gerar inflação de imediato, e depois com a ''crise do petróleo'', o país se viu obrigado a recorrer ao FMI em 1982. Posteriormente são feitos empréstimos atrás de empréstimos, acarretando a crise da dívida nos anos 80 que se estende até os dias atuais.

A grande maioria dos países da América Latina também contraíram enormes dividas através de empréstimos realizados junto a instituições financeiras e internacionais ou países credores. Em geral, o endividamento de grande parte dos países latinos teve início no processo de descolonização pelo qual diversos países passaram, as dívidas desses períodos foram contraídas com a finalidade de financiar os gastos para o desligamento com a metrópole.

A partir desses empréstimos os países enfrentaram enormes dificuldades para o pagamento das dívidas, o problema é que a produção dessas nações é basicamente de produtos primários, com baixo valor agregado, enquanto que os produtos industrializados oriundos especialmente da Europa possuem grande valor, tornando uma troca comercial bastante desigual. Diante desse fato é notório que não ocorra crescimento econômico, dessa forma não conseguem recursos suficientes para sanar as dívidas.

E é diante dessa realidade que notamos que, no que se refere aos países da América Latina, o crescimento econômico é bem limitado – impossibilitando-os de conseguir recursos financeiros suficientes para pagamento das dívidas externas. Muitos são os países latino-americanos que começaram a participar das atividades industriais de um modo mais expressivo com o objetivo de diminuir o valor das dívidas e também aumentar o prazo para o pagamento delas. O intuito, neste sentido, era o de gerar um maior crescimento econômico para a nação. Os recursos foram destinados principalmente para obras de grandes repercussões, como usinas hidrelétricas, portos, rodovias, ferrovias, além de fortalecer e criar novas empresas ligadas às indústrias de base, no ramo das metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas e mineração.

Diante das considerações apresentadas, fica evidente que países como Brasil, Argentina e México, que se encontram em franco crescimento industrial, são os que possuem as maiores dívidas externas entre os países da América Latina.
Atualmente, a dívida externa dos países da América Latina é:

• Brasil – 225 milhões de dólares americanos;

• Argentina – 133 milhões de dólares;

• México – 141 milhões de dólares;

• Chile – 40 milhões de dólares;

• Venezuela – 33 milhões de dólares;

• Colômbia – 38 milhões de dólares.

As dívidas externas desses países foram agravadas principalmente após a década de 70, época em que os juros internacionais passaram por uma reformulação e, notoriamente, tornaram-se ainda mais altas. E é assim que tais países aumentam cada vez mais a distância da oportunidade desse pagamento, lembrando que acertar só os juros não é o suficiente para acabar com o problema, mas é necessário eliminar de vez a dívida para que a economia dê os seus primeiros passos com desenvolvimento. Por outro lado, economias mais centralizadas podem encontrar vantagens unicamente no pagamento dos juros, uma vez que elas já são as grandes responsáveis por determinarem qual será o rumo da economia dos países subdesenvolvidos e emergentes, que por sua vez, continuam sendo economicamente dependentes de grandes potências.

Se com o surgimento da Carta de São Francisco e todos os aparatos fundados através da ONU viu-se  uma crença de resolução para diversos problemas do Mundo Contemporâneo, com o passar do tempo viu-se o apogeu e o declínio das ideias propagadas pela Organização, e agora, espera-se que olhem para os erros e revisem suas fórmulas, de maneira que convirjam para as políticas e problemas da atualidade.

REFERÊNCIAS
http://diplomatique.org.br/o-futuro-do-brasil-nas-operacoes-de-manutencao-da-paz-da-onu/
http://diplomatique.org.br/em-nome-da-lei-americana/
http://diplomatique.org.br/a-reunificacao-das-coreias-e-possivel/
https://www.publico.pt/2012/10/09/economia/noticia/fmi-reconhece-que-calculou-mal-o-impacto-da-austeridade-na-economia-1566589

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Neoliberalismo e Sua Falsa Promessa

Para adentrar neste assunto vale a pena fazer uma reflexão histórica. A partir da década de 70 o sistema de bem estar social começou a perder a sua imponência, de forma que deu início a uma nova fase do capitalismo, que buscava através da menor intervenção estatal, e a quebra de barreiras uma maior equidade entre as diversas nações ao redor do globo efetivando o processo de globalização.

A falsa promessa seria de uma nova relação entre o estado e a economia, na qual o governo teria pouca participação, não controlando os preços, reduzindo os impostos, o que em tese estimularia a abertura de grandes e pequenos negócios, intervindo apenas nas crises econômicas, que é a base do sistema capitalista, de modo alocar os recursos quando as iniciativas privadas não funcionam, como por exemplo na parte da energia elétrica. As fábricas dependem da energia elétrica, se a iniciativa privada não fornece energia suficiente ou de qualidade, caberia ao Estado fornecer e garantir o bom funcionamento dessas fábricas. Com essa intervenção apenas pontual do governo, a economia funcionaria de maneira positiva não apenas para quem produz, mas também para quem consome.

Assim, nas últimas décadas cada vez mais grupos estrangeiros passaram a comprar algumas das antigas empresas estatais brasileiras, como por exemplo a Vale do Rio Doce, vendida em 1997 no governo FHC, por R$ 3,3 bilhões, mas com o valor estimado na época em R$ 92 bilhões. Um principais argumentos a favor das privatizações é que elas favorecem a modernização da infraestrutura Nacional, porém, em algumas empresas que foram privatizadas, como por exemplo a Oi, boa parte da sua infraestrutura é sucateada desde a época da Telebrás, e que hoje amarga uma dívida de aproximadamente 20,2 bilhões.

Primeiramente é possível perceber a forte relação de dependência dos países mais subdesenvolvidos em relação aos desenvolvidos, e essa vinculação sempre existiu, porém com a chegada dessa nova fase, houve a promessa de que essa dependência poderia diminuir, entretanto, a situação apenas se agravou e até hoje se pode ver essa desigualdade em processo de crescimento como demonstra o gráfico:
O dinamismo econômico citado é evidente quando imaginamos como se dá o processo de produção atual. Hoje se pode "escolher" qual a melhor opção de mão de obra, menos taxas e maior mercado consumidor, levando as oportunidades de emprego para fora e "burlando" os direitos trabalhistas alcançados em outras partes do mundo. Assim, cria-se uma situação de pirâmide entre a distribuição de renda pois os serviços começam a ser transferidos para lugares com menor custo/lucro e os mais ricos começam a ter uma diferença destoante do resto da população.

Aqui no Brasil, um país onde sua economia é aberta ao mercado internacional, as grandes empresas e os consumidores brasileiros importam e exportam diversos produtos com inúmeros países e temos a existência de diversas empresas multinacionais dentro do nosso território, o que facilita ainda mais a relação comercial com o exterior. Essa maciça dinâmica econômica gerada pela globalização traz reflexos positivos para o nosso país, porém, como nada é perfeito, surgem também diversos problemas com essa fácil entrada de produtos, que agravam a desigualdade.

Desigualdade essa entrelaçada ao passado, e que infelizmente ainda pagamos a conta. Desde então, passando pelo período colonial até os tempos modernos, enxerga-se a má distribuição de renda como uma consequência. As pessoas, em especial as de baixa renda, estão cada vez mais suscetíveis a não ter uma vida digna. Muitos crescem sem uma estrutura social, temos como exemplo a educação brasileira que sabemos o quão importante é para o desenvolvimento de qualquer país. Neste sentido, o Brasil está entre os países com maior número de analfabetos, além de contar com um grande percentual de crianças sem acesso à escola.

 
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Referências:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/reflexos-globalizacao-no-mundo.htm
http://oglobo.globo.com/economia/desigualdade-nos-eua-avanca-com-globalizacao-20461335